INSTITUCIONAL

O Centro Acadêmico de Farmácia Alexander Fleming intitulou em seu nome um dos grandes pesquisadores que colaboraram para o avanço da ciência farmacêutica e médica,  melhorando a qualidade de vida e aumentando a expectativa de vida da humanidade.


Quem foi?
Alexander Fleming nasceu dia 06 de agosto de 1881 na Escócia. Tinha sete irmãos e ficou orfão de seu pai aos sete anos. Em 1895 foi para Londres onde alguns irmãos seus já residiam e após o término de seus estudos aos 16 anos, passou a trabalhar em uma companhia de navegação onde desempenhou funções administrativas. Em 1900 alistou-se para o exército, permanecendo por dois anos alistado sem ser chamado para frente de combate. Ao receber uma herança de um tio (irmão de seu pai), Alexander Fleming deixou seu emprego para entrar no curso de medicina.

Aos 21 anos (1901) entra no curso de medicina em Londres na Escola Médica, terminando a graduação em 1906. Ao formar-se passou a trabalhar no serviço de patologia e bacteriologia, o que motivou a seguir a carreira na investigação laboratorial.

Ao estourar a Primeira Guerra mundial, Fleming juntamente com seus colegas investigadores foram enviados para Boulgne-sur-Mer, onde instalaram um laboratório para estudar as feridas causadas pela guerra. Em 1915, em plena guerra, casou-se com Sara MacElroy e em 1921 tornou-se vice diretor no serviço de patologia e bacteriologia onde havia iniciado sua carreira médica.

Durante a Primeira Guerra, Fleming avaliou o poder antibacteriano dos leucócitos contidos nos exsudatos (matéria resultante de processos inflamatórios) de feridas. No período pós-Guerra continuou interessado no estudo dos antisépticos e leucócitos, sendo de sublinhar a descrição que fez da lisozima, em 1922. Segundo Fleming tratava-se de um “poderoso fermento anti-bacteriano que se produz naturalmente nos tecidos humanos e secreções”.
Em Setembro de 1928, Alexander Fleming trabalhava sobre a variação das colónias estafilocócicas e certo dia, de regresso ao laboratório, Fleming observou que algumas caixas de Petri que havia deixado cultivadas com estafilococos, havia se desenvolvido um fungo. Constatou que até uma distância relativamente afastada dos fungos não havia proliferação de estafilococos. Posteriormente, Fleming investigou e observou que outras bactérias patogénicas eram inibidas pela presença do fungo como, por exemplo, os estreptococos, os pneumococos, os gonococos, os meningococos e os bacilos da difteria e da gangrena gasosa. Solicitou, então, a colegas a caracterização do fungo que foi inicialmente designado por Penicillium rubrum e algum tempo depois Penicillium notatum. Em 1929 publicou um artigo sobre a ação antibacteriana do penicillium na revista British Journal of Experimental Pathology.

A partir de 1929, a penicilina parecia ter caído no esquecimento e somente no segundo semestre de 1943, a penicilina começou a ser produzida em larga escala. Inicialmente foi administrada sob a forma injectável. Em 1944, a penicilina foi divulgada e distribuída em Portugal através da Cruz Vermelha Portuguesa que, por sua vez, a recebia da sua congénere dos Estados Unidos da América.

Ao receber o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, em Dezembro de 1945, Alexander Fleming sublinhou esta  questão dizendo: “Referi a penicilina em um ou dois artigos até 1936, mas poucos prestaram atenção à mesma [...].

Em toda a imprensa mundial, o falecimento de Alexander Fleming no dia 11 de março de 1955 traduziu-se numa enchente de palavras e imagens que alimentaram a representação heroificante do cientista e da sua descoberta pelas décadas seguintes. Portuguesa que, por sua vez, a recebia da sua congénere dos Estados Unidos da América.

A descoberta da penicilina a sua transformação em medicamento e produção industrial, põe fim ao ciclo iniciado com as descobertas microbianas na segunda metade do século XIX. Com efeito, na segunda metade do século XIX e nos primeiros anos do século XX, muitos cientistas investiram na descoberta e isolamento de microorganismos responsáveis por várias doenças graves a nível da saúde privada e pública.


Fonte: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/3379.pdf